Selénio – um micronutriente funcional!

selénio é um micronutriente (oligoelemento) presente na natureza, tanto no solo como nos alimentos, pode existir de forma natural, enriquecido nos mesmos ou sob a forma de suplementos.

As concentrações deste micronutriente no organismo são influenciadas pelo meio ambiente e pela ingestão alimentar.

A absorção ocorre ao nível do intestino delgado (no duodeno), sendo absorvidos cerca de 55 a 70% do selénio proveniente dos alimentos. O selénio é transportado no organismo através da ligação a proteínas. O músculo-esquelético é o principal local de armazenamento deste micronutriente e representa cerca de 28 a 46% do selénio no organismo, podendo, também, encontrá-lo no fígado, rins e coração. A sua excreção é feita através das fezes e da urina, sendo esta última mais significativa.

O SELÉNIO É UM MICRONUTRIENTE ESSENCIAL PARA O ORGANISMO HUMANO ONDE DESEMPENHA VÁRIAS FUNÇÕES IMPORTANTES:

  • PARTICIPA NA NORMAL ESPERMATOGÉNESE
  • METABOLISMO DA HORMONA TIROIDEIA
  • SÍNTESE DE DNA
  • SISTEMA IMUNITÁRIO: PROTECÇÃO CONTRA INFEÇÕES OXIDATIVAS, ATRAVÉS DA SUA AÇÃO ANTIOXIDANTE JUNTAMENTE COM A VITAMINA E

A dose diária recomendada deste micronutriente é de 55 µg/dia para as mulheres, homens e adolescentes. Já para as crianças os valores variam entre 20 e 30 µg/dia.

Os dados da Total Diet Study da Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana que controla os medicamentos e os alimentos nos Estados Unidos, demonstraram que a ingestão média estimada em adultos e crianças foi superior às doses diárias recomendadas. As dietas fornecem diariamente quantidades suficientes de selénio para prevenir qualquer carência e promover a saúde.

As concentrações deste micronutriente no organismo são influenciadas pela ingestão alimentar e, por sua vez, pelo meio ambiente. O selénio é um mineral que existe na natureza, tanto no solo como nos alimentos. O valor de selénio nos alimentos é variável consoante os níveis do nutriente presente no solo de cada região do país onde o alimento foi cultivado. A quantidade presente na água não é significativa e é, também, variável consoante o solo do país.

As principais fontes alimentares identificadas pelo Total Diet Study da FDA são os alimentos de origem animal. As principais fontes são os frutos do mar e as miudezas. Outras boas fontes são as carnes, peixe, ovos, cereais, oleaginosos e laticínios. As frutas e legumes são pobres em selénio.

QUANTIDADE DESTE MICRONUTRIENTE NO LEITE MATERNO É INFLUENCIADO DIRETAMENTE PELA INGESTÃO MATERNA DE SELÉNIO. A CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DE SELÉNIO EM BEBÉS ALIMENTADOS COM FÓRMULAS ARTIFICIAIS É INFERIOR À DOS BEBÉS ALIMENTADOS COM LEITE MATERNO.

Por norma, os rótulos alimentares não apresentam a quantidade de selénio que o alimento possui. Um alimento é considerado como sendo uma boa fonte deste micronutriente quando possui mais de 20% da dose diária recomendada.

Uma pesquisa divulgada no Congresso Nacional de Endocrinologia, nos Estados Unidos, mostra que as grávidas que tomam selénio – mineral que atua no sistema imunológico durante a gravidez e no pós-parto podem reduzir em até 3 vezes as hipóteses de desenvolver o hipertiroidismo, um aumento na produção de hormonas pela tiróide.
Foram avaliadas 2.143 grávidas, sendo que metade recebeu selénio por 12 meses (durante a gravidez e no pós-parto) e a outra metade não. O resultado concluiu que as mulheres que tomaram o mineral reduziram em três vezes as hipóteses de desenvolverem tiroidite de Hashimoto, uma inflamação na glândula.
De acordo com a dra. Maria Fernanda Barca, endocrinologista do Hospital das Clínicas, o selénio é um tipo de antiinflamatório que pode ajudar no controle da tiróide. “Na gravidez, a imunidade da mulher cai para o organismo não rejeitar o bebé. Depois do parto, as defesas voltam ao normal causando, na maioria das vezes, o hipertiroidismo. O selénio ajuda a controlar esses anticorpos para não chegar ao ápice e desenvolver o problema”, diz dra. Maria Fernanda.

NOS BEBÉS PREMATUROS OS ESTUDOS RELATARAM QUE OS BAIXOS NÍVEIS SELÉNIO ASSOCIAM-SE AO RISCO AUMENTADO PARA DOENÇAS RESPIRATÓRIAS. OS PREMATUROS, PRINCIPALMENTE COM BAIXO PESO AO NASCER, APRESENTAM OS MENORES NÍVEIS DE SELÉNIO.

A deficiência do mineral tem sido associada ao uso de fórmula infantil oral, nutrição enteral e parenteral (com e sem adição de selénio). A dosagem e o tempo ideal para a suplementação de selénio ainda não estão bem estabelecidos, visto que se baseiam apenas na faixa etária e na ingestão do mineral por crianças amamentadas no peito. Além disso, não se considera o quadro clínico do recém-nascido, que pode ser acometido de doenças que aumentam o stress oxidativo e, consequentemente, aumentam as necessidades de selénio.

A prematuridade e o baixo peso ao nascer podem contribuir para reduzir as concentrações sanguíneas de selénio em prematuros. A suplementação parece minimizar ou prevenir as complicações clínicas causadas pela prematuridade.

A deficiência de selénio é rara, apesar da variação na ingestão através dos alimentos.

A CARÊNCIA PODE OCORRER DEVIDO A DIVERSOS FATORES COMO:

  • ESCASSEZ DO SOLO CULTIVADO
  • HÁBITOS ALIMENTARES INCORRETOS: DIETAS RESTRITIVAS, EXCESSIVA INGESTÃO DE ALIMENTOS REFINADOS, PROCESSADOS, INGESTÃO DE ALIMENTOS CULTIVADOS EM SOLOS POBRES EM SELÉNIO, INGESTÃO PROTEICA DEFICITÁRIA
  • CAUSAS FISIOLÓGICAS/FISIOPATOLÓGICAS DO INDIVÍDUO, COMO PROBLEMAS DE MAL ABSORÇÃO, DIARREIA PROLONGADA, EXCREÇÃO AUMENTADA ATRAVÉS DA URINA, INSUFICIENTES RENAIS EM HEMODIÁLISE, DOENÇAS GASTROINTESTINAIS
  • AUMENTO DA NECESSIDADE DE SELÉNIO DURANTE A GRAVIDEZ, NO PERÍODO DE AMAMENTAÇÃO E NO PERÍODO MENSTRUAL.

Fontes de Selénio:

A deficiência deste micronutriente produz alterações bioquímicas que podem predispor os indivíduos com outro fator de stress a desenvolver certas patologias, como a Doença de Kashin-Beck (um tipo de osteoartrite) e a Doença de Keshan (uma cardiomiopatia). Estudos recentes também permitem estabelecer uma correlação entre níveis baixos de selénio e hipertensão, dislipidemia e arteriosclerose.

RELATIVAMENTE AO CASO PORTUGUÊS, UM ESTUDO REALIZADO PELA DR.ª CATARINA GALINHA EVIDENCIA QUE “O TRIGO CULTIVADO EM SOLO PORTUGUÊS, BEM COMO OS VEGETAIS E FRUTOS, É MUITO POBRE EM SELÉNIO.”

O principal problema, e o que mais contribui para a carência deste elemento, é o facto de os solos portugueses, e os da maior parte dos países europeus, apresentarem baixos níveis de selénio na sua constituição. Para além disso, quando existe de facto selénio nos solos, este não está em condições de ser absorvido.

“É preciso que o selénio esteja em condições para ser absorvido pelas plantas. Existe claramente uma necessidade de enriquecimento das culturas agrícolas do nosso país”, afirmou Catarina Galinha.

Catarina Galinha, que dedicou a sua tese de doutoramento, Selenium Supplementation of Cereal Crops – Different Approaches to Enhancing Selenium Levels in Wheat Cultivars, a este tema, defende que as “estratégias de biofortificação poderão ser uma opção para o aumento dos valores de selénio nas culturas agrícolas e, consequentemente, para o aumento da sua ingestão diária”.

De um modo geral, considera-se que um solo pode ser deficiente para o cultivo de plantas, que satisfaçam as necessidades de selénio de animais e humanos, se contiver menos de 600 ug de selénio por cada quilograma de solo (600 μg kg-1). O estudo mostrou que todos os solos agrícolas estudados estavam abaixo deste valor de referência. Os valores de selénio nos solos são altamente variáveis. A nível mundial, varia entre 100 e 2000 μg kg-1 para a maioria dos solos, mas é mais frequente entre 200 e 400 μg kg-1. Por isso, apenas o solo da região de Trás-os-Montes se encontra dentro desta secção dos mais frequentes. De um modo geral, praticamente toda a Europa apresenta solos com baixos valores de selénio (< 200 μg kg-1). OS VALORES DE SELÉNIO DAS CULTURAS AGRÍCOLAS SÃO DIRETAMENTE INFLUENCIADOS PELO SEU VALOR NOS RESPETIVOS SOLOS. POR ISSO, SE O SOLO FOR DEFICIENTE EM SELÉNIO, E SE NADA FOR ADICIONADO, AS CULTURAS AGRÍCOLAS PRODUZIDAS SERÃO TAMBÉM ELAS DEFICIENTES. DADA A IMPORTÂNCIA QUE O SELÉNIO TEM NA SAÚDE, “UM SUPLEMENTO ALIMENTAR AJUDA-NOS A ATINGIR A DOSE DIÁRIA RECOMENDADA DE SELÉNIO”, REFERE DRA CATARINA GALINHA. Uma vez que a biodisponibilidade (fração realmente absorvida pelo organismo) do selénio depende fortemente da sua forma química, na hora de escolher o suplemento aconselho sempre fazer análise e falar com médico ou nutricionista Funcional que, em caso défice, suplementará com melhor segurança selénio orgânico, de boa qualidade e absorção como este Selénio que podem visitar no site www.bioactivo.pt ou Facebook https://facebook.com/suplementosbioactivo/ , na forma assimilável pelo organismo.

O limite superior de ingestão de selénio são 400µg/dia para os adultos. A ingestão superior a esta quantidade é tóxica, podendo causar a seguinte sintomatologia:

  • Perda/fragilidade de cabelo e unhas
  • Náuseas
  • Diarreia
  • Erupções cutâneas
  • Dentes manchados
  • Fadiga
  • Rigidez muscular
  • Tremores
  • Insuficiência renal e cardíaca

Os sinais iniciais da ingestão excessiva são um hálito a alho e um gosto metálico na boca.

Contudo, as evidências científicas da revisão que avaliou os efeitos do selénio isolado no período gestacional baseiam-se em poucos estudos de intervenção. Assim, é necessário mais estudos nesta população, com boa qualidade e metodologia, para que se estabeleçam quais os verdadeiros efeitos da suplementação de selénio nas gestantes com alterações da tiróide e recém nascidos.

Por fim, reforço a importância de fazer análises aos níveis de selénio individuais nesta fase da gestação, como em outros casos de disfunções tiroideias ou metabólicas selénio dependentes, para que se possa observar os valores que podem estar em défice, excesso ou normais.

Na minha opinião é necessário atualização do estudo nesta área, acompanhar o estado de arte, evidencias cientificas mais atualizas, mas nada substitui uma avaliação pessoal de um individuo observando-o como um todo, análises sanguíneas e acompanhamento médico e nutricional para prevenção, mantendo os valores de selénio otimos no organismo.

Renata Germano B. O. N. e tal. Selenium deficiency and the effects of supplementation on preterm infants (2014)

Aline Brandão Mariath. Efeitos da suplementação de selénio durante a Gestação: Revisão Sistemática. Dissertação de Pós Graduação em Nutrição em Saúde Pública, (2010)

https://vitalhealth.pt/saude/6000-deficiência-de-selénio-em-portugal-especialistas

apontam-as-consequências-da-grave-carência-do-mineral.html

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